Silval diz que deixa Paiaguás de alma lavada e que foi o que mais planejou.(foto divulgação)

Na inauguração da Trincheira Jurumirim/Trabalhadores, na manhã desta terça (18), o governador Silval Barbosa (PMDB) afirmou que deixará o Palácio Paiaguás de alma lavada, após quatro anos e oito meses de gestão. O peemedebista, em tom de desabafo, desafiou qualquer pessoa a mostrar um Governo que idealizou mais obras. “Na Capital deixamos a nossa contribuição, por isso, saio de cabeça erguida”, garantiu durante o discurso de 17 minutos.

Diante do desafio lançado, Silval aproveitou a oportunidade para divulgar que deixará mais de 30 km em obras para Cuiabá. Para sustentar este número, o peemedebista elencou os feitos nas avenidas Mário Andreazza, Arquimedes Pereira Lima e Estrada da Guarita. “O prefeito Wilson Santos (PSDB) fez obra da avenida das Torres de 10 km”, comparou.

Silval lamentou as críticas em relação às qualidades das obras, aditivos e transtornos que causaram à população. Mesmo assim, considerou-se ousado e corajoso para tirar do papel a quantidade de melhorias urbanas em tão pouco tempo. Em contrapartida, reconheceu que se fizesse apenas a trincheira da Jurumirim os problemas seriam menores. “Se não tiver coragem, determinação e humildade não se realiza obra”.

A pouco menos de um mês e meio para passar a faixa ao governador eleito Pedro Taques (PDT), em 1º de janeiro, Silval explicou o pedetista só terá o trabalho de finalizar as obras restantes. Diante disso, afirmou também que estará à disposição para ajudá-lo com as dificuldades. “Desejo sorte ao Pedro Taques, pois é preciso tirar uma montanha”, alerta Silval referindo-se ao enfrentamento da burocracia do poder público.

O governador que deixa a vida pública após 22 anos, lamentou a não conclusão das obras, em especial a principal delas o VLT. Neste sentido, disse que na administração pública não é possível fazer tudo, mas que é necessário deixar melhorias à população. “Passo por esta missão. Se não fiz tudo, não foi por falta de vontade. Eu lutei”, garantiu o governador que também agradeceu a todos que contribuíram com a obra, como o secretário da Secopa Maurício Guimarães e o governo federal.

"Saio de cabeça erguida",
diz Silval durante discurso

No decorrer do discurso, o governador anunciou ainda a inauguração de um pacote de obras de mobilidade urbana. Até o fim da gestão, Silval pretende lançar o complexo do Tijucal e a duplicação da avenida Arquimedes Pereira Lima. Além destas, o peemedebista deve fazer uma inauguração simbólica nas obras já liberadas como, por exemplo, as trincheiras do Verdão e da FEB.

Por fim, Silval percorreu a pé a trincheira que possui 960 metros, em companhia do prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB), secretários, dentre eles o da Casa Civil, Pedro Nadaf (PR), bem com os deputados estaduais Emanuel Pinheiro e Jota Barreto (ambos do PR).

Trincheira

A Trincheira Jurumirim/Trabalhadores foi inaugurada após um ano e sete meses de atraso, tendo seu iniciou em abril de 2012. Interferências e desapropriações foram fatores que prejudicaram o andamento das obras e contribuíram para o valor da trincheira sofrer aditivo de mais de R$ 11,3 milhões, passando para R$ 50,5 milhões. Inicialmente, os gastos foram estipulados em R$ 39,2 milhões.

A Trincheirona recebeu o nome de José Luiz de Borges Garcia, pai do atual superintendente regional do Dnit, Luiz Antonio Garcia. O homenageado, que faleceu num acidente automobilístico em 1989, na Fernando Corrêa, em Cuiabá, foi presidente da Sanemat na época em que o governo estadual estava sob o comando do próprio pai Garcia Neto. Atuou também como professor da UFMT e como diretor do Departamento Nacional de Obras e Saneamento, autarquia extinta no governo Collor.

José Luiz era irmão de Carlos Antonio Borges Garcia, o Catonho, ex-presidente da Fiemt, e do empresário Robério Garcia, o Berinho, pai de Fábio Garcia, ex-secretário de Governo da Capital e eleito deputado federal.